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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Um segundo foi o necessário

Parece que de repente as coisas foram para os seus devidos lugares. Como pode ser tão fácil assim? Como pode? Quando eu olho pra mim, vejo minhas lágrimas descontroladas, sinto uma dor estranha no peito, como se alguma coisa estivesse muito errada. Eu vi você chorar. E em um segundo percebi que o meu choro acontecia por você. Eu não sei ver alguem que amo chorar, luto pra me manter calma e poder ajudar, mas depois, eu não vou aguentar, me conheço. E mesmo que voce tenha falado dessa sua forma durona de ser que ia parar, eu sabia que seu coração ia continuar chorando. Te conheço mais do que imagina... Mas apesar de tudo, como sempre digo, isso teve um lado bom. Eu finalmente entendi porque preciso tanto do seu abraço, porque preciso tanto te ter comigo, porque nao suporto quando voce me ignora, porque eu odeio ficar longe de você... porque eu te amo.

Natália Ferreira

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Necessidades 4

"Seria um grande erro pensar que o orgulho é algo que exige prestígio, já que, dependendo das circuntancias, o ego é o maior inimigo da inteligencia prática."



Natália Ferreira

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Necessidades 3

E se eu quiser ficar escondida atrás da parede do meu quarto? O que você tem a ver com isso? O que eu faço ou deixo de fazer não deveria importar a mais ninguem além de a mim mesma, mas não é assim que acontece. Se suas perguntas fossem motivadas por algum tom de preocupação eu até entenderia, quer dizer, até que são, mas não são perguntas preocupadas com o meu humor, na verdade sua pergunta se expressa muito bem por si só. Ela diz: "Porque você é diferente? Por quê você é diferente de mim? De nós?". Ela faz uma crítica, dá pra perceber e lhe respondo com o maior prazer: não é que eu seja diferente, aliás, sou perfeitamente normal - só pra deixar claro -, o que acontece é que eu não sou obrigada a sair de casa pra gritar à todos se estou feliz ou triste, bem ou mal-humorada, não preciso e nem quero isso. Um livro ou uma música; um programa de TV ou a tranquilidade de meu quarto; um telefone ou alguém que me faça companhia de corpo e alma; uma dança. Eu só preciso disso pra compor o meu perfeito conceito de bem-estar. Prefiro me contentar com o que posso carregar do que ir longe demais nos pensamentos e não conseguir o que quero pelo simples fato de não poder alcaçar. Faço escolhas pra que elas me ajudem, não pra que me atrapalhem. De que adianta escolher algo como aquilo de que mais necessita, se não o tiver sempre que quiser. Aprendam à jogar a favor de si mesmos, porque um gol contra, mesmo tendo sido feito sem querer, não deixa de dar pontos ao adversário. Pontos esses, que poderiam ser seus se tivesse prestado mais atençao quando decidiu correr para aquele lado do campo. Como disse anteriormente, faça das suas escolhas, amigas e não o contrário. Dance conforme a música.

Natália Ferreira

Sala de espera

Era como outra qualquer, uma sala com dois sofás desconfortáveis, um corredor nada convidativo à direita, um balcão que sustentava os braços da recepcionista não muito simpática e a porta de entrada que dava de frente para o balcão e ficava ao lado esquerdo para quem se sentava de frente para o corredor. Era a primeira vez que me encontrava ali depois da triste experiência com a famosa virose uns anos atrás. Naquele dia, meu motivo parecia ser o mesmo para estar esperando: febre, dores musculares e um pouco de dor de cabeça. Enquanto esperava para entrar com nenhum objetivo além de pegar a receita para comprar meus remédios e voltar correndo pra casa, parei para observar as pessoas que se encontravam na mesma situação que a minha, ali, naquela sala, já que as revistas não me chamavam a atenção e, quando tinham capa, datavam de Agosto de dois mil e dois. A mulher que sentava ao meu lado esquerdo parecia tão ansiosa que se ela virasse uma pipoca a qualquer momento, eu não ficaria surpresa. Conversava com o marido, eu acho, que estava sentado ao seu lado esquerdo. Conversavam sobre nomes diversos numa animação estonteante. Presumi que estaria grávida, ou suspeitava de que isso fosse verdade. Bom, pelo menos alguém estava ali ansioso para entrar, pena que essa não era a maioria. No outro sofá que ficava de lado para o corredor, estava sentada uma mulher que parecia tentar se encaixar na sociedade estando de acordo com a moda, mas ela só estava tentando mesmo. Já era uma senhora, devia ter uns cinquenta e poucos anos e vestia roupas até que bonitas, mas só se estivessem separadas. Pareciam ser roupas caras e, como disse anteriormente, não eram feias, mas ela não teve sorte quanto à escolha da combinação. Seu figurino, era composto por uma calça vermelha muito bem trabalhada com um bordado fino e discreto no bolso esquerdo, a blusa era básica e tinha um tom pastel suave. Se ela tivesse parado de se vestir no momento em que deu o laço na blusa, precisaria somente colocar uma sapatilha de cor clara e estaria perfeita para uma consulta à tarde na clínica, mas ela não se conteve. Não entendo até hoje como ela conseguiu sair de casa às quatro horas da tarde com um sapato de salto sete dourado e um blazer azul anil com aquela calça vermelha. Fiquei tão absorta na roupa daquela senhora que nem percebi quando uma mulher entrou na sala com uma menininha que devia ter meses de vida, talvez seis ou sete. Era uma fofa a menina e parecia muito incomodada e estressada com alguma coisa, pois ela chorava alto e emitia um som agudo. Deu pra entender a angústia da menina quando a mãe fez massagens em sua barriga: cólicas. Era uma menina linda, pele clara, bochechas rosadas, olhos pretos e cabelos também, tinha cabelos demais pra uma criança daquela idade, mas era linda, linda demais. De tanto que observava as pessoas por causa do tédio que aquela espera toda me causara, nem percebi quando o ponteiro do relógio que estava pendurado na parede atrás do balcão anunciou que já passava das dezessete horas. Era possível eu estar ali a mais de uma hora? Mas que absurdo de demora! Levantei-me e fui até a recepcionista que quase cochilara em sua cadeira confortável demais pra quem tem ficar bem esperta naquele ambiente calmíssimo. Perguntei a ela que horas o médico ia me atender, pois marquei minha consulta para quatro e meia da tarde. "Qual é o seu nome?", ela perguntou. "Luciana de Almeida", respondi calmamente. "Consta aqui que sua consulta foi marcada para o dia 22 de Outubro", me informou ela. Não entendi porque ela me dissera aquilo já que eu sabia quando era minha consulta, afinal, estava ali esperando, então, concordei com a informação "Sim, marquei para o dia 22 sim". Ela olhou pra mim com cara de quem está cheio de dúvidas na cabeça e finalmente falou "Ah sim, então é a senhora. Liguei ontem para a sua casa repetidas vezes e ninguém atendeu, infelizmente não tenho como te encaixar na agenda. O consultório está cheio hoje. Teremos que marcar outro horário, mas só na semana que vem". Como assim? Eu estava esperando ali desde meia hora antes da consulta, e porque ela me ligou ontem, eu tinha que confirmar a consulta mais uma vez? Não entendi e então perguntei, "Como assim terei que marcar outra consulta? Por que? O que aconteceu com o meu horário? Eu marquei com você desde semana passada!", comecei a ficar estressada. "Marcou para o dia 22! ", ela quase gritou comigo. "Eu sei, e é por isso que estou aqui! Por que você fica repetindo dia 22 toda hora? Eu não sou burra. Hoje é dia 22 e disso eu sei! Só não entendo porque perdi minha consulta se estava aqui na hora certa", naquela hora eu já tinha perdido a paciência e a minha cabeça gritava de dor quando ela finalmente respondeu, "A hora pode até estar certa, mas o dia não. Hoje, quarta-feira, é dia 23 de Outubro!".

Natália Ferreira

Tabus

Não tenho medo de discutir, de falar o que penso e nem passo por cima de meus princípios pelo medo de um tom de voz maior ou um grito de indiganação. Não entendo como existem tantos reféns da opinião alheia, como deixam de fazer o que bem entendem pela resposta incerta da pergunta sobre o que os outros iriam pensar. Certos tabus precisam ser extintos, imposições da sociedade ignoradas, certo e errado definidos por cada um, até porque a liberdade bate no peito pela independencia, não é mesmo? Dane-se a moral e bons costumes da sociedade, enfrente as opiniões contraditórias às suas, defenda seus princípios. Não permita que leis mal reguladas interfiram na sua índole. Seja o que você sempre foi, evolua para o que você deseja ser porque passar por cima de tudo isso pelo que você quer é muito mais valioso do que ser aquilo que querem que você seja só pra não incomodar ninguém. Cuide dos seus valores, de suas crenças, mas não deixe que as mesmas interfiram na sua felicidade.

Natália Ferreira

sábado, 13 de novembro de 2010

Uma pequena teoria

"As pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim,mas, para mim, está muito claro que o dia se funde através de uma multidão de matizes e entonações, a cada momento que passa. Uma só hora pode consistir em milhares de cores diferentes. Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens. Escuridões enevoadas. No meu ramo de atividade, faço questão de notá-los."



- Morte (A menina que roubava livros)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Um adeus não, melhor dizer um simples 'Até breve'

Como se já não bastassem todas as pequenas divergencias do meu dia-a-dia e a correria constante na minha rotina, agora tudo é visto de uma perspectiva diferente, meu foco é voltado pra uma única coisa, meus complexos livros de oitava série. E como respondo pelos meus atos, nada mais justo do que ficar offline por alguns meses em troca de outros bem despreocupados. E por isso toda a minha atenção ultimamente se volta para as minhas únicas responsabilidades, que, por sinal, estão sendo controladas - nao só por mim. Resumindo minha situação: nada de irresponsabilidades e desleixos acadêmicos (como diria minha professora de português) até que se prove com uma nota a minha capacidade real de passar de ano, ou seja, adeus "Action and Reaction" até dia 17 de dezembro.

P.S: Mas é claro que algumas vezes, se eu mostrar merecimento, conseguirei me enfiltrar aqui por alguns minutos.