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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Peneira

Eu me sinto injusta. É, injusta mesmo. Por mais que eu tenha milhares de motivos pra estampar um sorriso no rosto sem nem perceber, eu sinto que alguma coisa está errada. E esse é o problema: não tem nada de errado. Às vezes me pego pensando com outra mente, um pensamento que não é meu, uma ideologia que não é a minha, mas isso é porque me pressionar demais me cobram demais e, o pior, é que eu não devo nada. Explicações, satisfações, razões... Tudo isso é meu e se eu não tiver, não tem que fazer falta, a não ser a mim. Não preciso de ninguém que me dite regras, que me mostre caminhos, que tome decisões por mim. Sei que existem escolhas e conseqüências e é pra isso que existe a minha responsabilidade, pra responder pelas mesmas - que nem sempre precisarão de respostas. É fácil demais se deixar levar. É fácil demais se influenciar. É tudo sintetizado naquilo que uns dividem com os outros, tanto positiva quanto negativamente, depende do ponto de vista - é o que eu sempre digo. O certo, conseqüentemente, é saber diferenciar o que vale do que não vale à pena, o certo do errado, o preto do branco. Então, tome cuidado com a sua peneira, porque, um dia, ela pode furar e, inconseqüentemente, selecionar aquilo que você não quer incluído no seu conviver.

Natália Ferreira

sábado, 25 de setembro de 2010

Confissões

"Cansei de tentar te entender, cortesia essa que voce nunce me concedeu. Suas frases não terminadas são incluídas no meu contexto e talvez seja por isso que meus pensamentos se percam tanto. Pois se confundem com os seus. Não pense que me fará pensar como você. Sua doutrina não será infiltrada na minha forma de pensar. Será mesmo muito dificil entender que eu não sou igual a você? Mudanças. Pois é, você vai ter que aceitar. As coisas mudam, o tempo passa e você continua o mesmo. Evolua. Abra os olhos. Só isso que eu lhe peço. (...) Eu só quero paz. Bandeira branca, amor."

Trecho de "Bandeira branca", por Natália Ferreira.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Libertar-se

A dança e a alma

A dança? Não é movimento
súbito gesto musical
É concentração,num momento,
da humana graça natural

No solo não,no éter pairamos,
nele amaríamos ficar.
A dança-não vento nos ramos
seiva,força,perene estar
um estar entre céu e chão,
novo domínio conquistado,
onde busque nossa paixão
libertar-se por todo lado...

Onde a alma possa descrever
suas mais divinas parábolas
sem fugir a forma do ser
por sobre o mistério das fábulas

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

À você

Talvez o meu silencio seja a única coisa que posso lhe oferecer, já que meu abraço, às vezes se torna inadequado e as palavras, repetidas, ou repetitivas, como quiser. Não há vocabulário suficiente para responder suas perguntas, já que as respostas, geralmente, são as mesmas. Desculpe. Eu não posso te ajudar, não consigo. É além do que posso entender e, por isso, só depende de você e mais ninguém. Estou aqui, não esqueça jamais.

Natália Ferreira

domingo, 5 de setembro de 2010

Necessidades 2

Palavras. Minhas amantes fiéis.

Natália Ferreira

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Necessidades


Quem espera que a vida
Seja feita de ilusão
Pode até ficar maluco
Ou morrer na solidão
É preciso ter cuidado
Pra mais tarde não sofrer
É preciso saber viver
Toda pedra no caminho
Você deve retirar
Numa flor que tem espinhos
Você pode se arranhar
Se o bem e o mal existem
Você pode escolher
É preciso saber viver
- Titãs